terça-feira, 5 de outubro de 2010

Povos do Oiapoque definem agenda de trabalho durante Seminário de Reestruturação da Funai

Durante três dias, os povos indígenas do Oiapoque, extremo norte do País, reuniram-se para discutir a construção de uma agenda de trabalho que vão nortear as ações da Funai após a modernização do órgão. A medida definida como prioritária pela comunidade indígena foi a Proteção Territorial. Para os caciques das quatro terras indígenas do Oiapoque são necessários a instalação de quatro postos de fiscalização em pontos estratégicos, reforço no número de servidores para atendimento em áreas específicas e compra de equipamentos, como motores de polpa e rádios de comunicação. 

A técnica da Coordenação Geral de Monitoramento Territorial – CGMT, Marina Pessoa, responsável pelas ações desenvolvidas no Amapá, destacou que o trabalho na região está muito avançado e que agora todas as questões debatidas devem constar em Plano de Trabalho Anual a ser enviado para a Funai, em Brasília, para análise e liberação do recurso. Ela destacou ainda que o modelo para elaboração do Plano esta disponível na página da Funai, no campo DPT - CGMT. 

De acordo com o cacique Luciano dos Santos, da Aldeia Indígena do Manga, uma série de invasões acontecem na redondeza, seja por pescadores e caçadores ou ainda madeireiros, colocando em risco a preservação da natureza e da vida das populações indígenas. Ele defendeu que haja um empenho grande para que todas as medidas propostas durante as discussões realmente saiam do papel. “O sofrimento dos parentes são nossos. Vamos lutar para conseguir o que todas as comunidades precisam. Precisamos proteger nossas terras”, declara o cacique.

A líder Cecília Apalai destacou que o seminário é um marco para as populações indígenas. Ela disse que foi a primeira vez que participou de uma reunião com um grande número de lideranças indígenas e a Funai. “Isso foi um grande marco para as lideranças indígenas do Oiapoque. Eu nunca tinha participado de uma reunião da Funai. Essa reunião foi muito importante para que não sejamos mais enganados. Tantas instituições aproveitaram o nome dos povos indígenas e os nossos problemas não eram resolvidos”, destaca.

A representante do Amapá e Norte do Pará na Comissão Nacional de Política Indigenista (CNPI), Simone Karipuna, ressaltou a importância da realização do seminário, que contou com a presença de 200 lideranças indígenas.  “Esse intercâmbio de três dias proporcionou um avanço. No contato com os outros indígenas percebemos que não estamos sozinhos. Vejo que as lideranças indígenas têm um pensamento de construção e vejo que elas querem sim o fortalecimento da instituição”, afirma.

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