quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Indígenas festejam a posse da nova coordenadora de Dourados

Indígenas das etnias Guarani Kaiowá, Guarani Ñandeva e Terena celebraram, no dia 23, a posse da nova coordenadora da Regional de Dourados (MS), Maria Aparecida Mendes de Oliveira . Foi com grande festa que os indígenas abriram o caminho para a entrada de Lia, como é conhecida a coordenadora. Os 70 índios que participaram da festividade realizaram o “Jeroky”, uma reza com danças, que a abre os caminhos para execução de um bom trabalho, e foi com essa recepção que se iniciou a gestão de Maria Aparecida.


Durante a cerimônia as lideranças indígenas tiveram oportunidade para apresentação das suas reivindicações e propostas. Os indígenas estão esperançosos e confiantes que a nova coordenadora desempenhe um trabalho diferenciado com qualidade, e consiga atender as demandas indígenas. “A partir de hoje você vai conhecer cada um de nós, nossas lideranças e nossas necessidades”, declarou o indígena Ambrósio. Para Maria Aparecida, manter o diálogo com as comunidades indígenas é o ponto inicial para garantir a participação dos índios. “Através da reestruturação, foi criado o comitê gestor, espaço legitimado de diálogo constante com as lideranças indígenas, através desse diálogo estaremos desenvolvendo um trabalho mais eficiente”, destaca a coordenadora.

O evento contou com a presença da diretora de Administração e Gestão, Francisca Picanço, que apresentou os quatro conceitos que orientam a atuação da Funai em todo o Brasil: gestão compartilhada, territorialidade, proteção e promoção. Após a celebração, diretora e equipe reuniram-se com a nova coordenadora e com os servidores da unidade da Funai em Dourados. O objetivo do encontro é a ampliação do conhecimento sobre o processo de reestruturação da Funai, e das mudanças que ocorrerão na região.

Francisca Picanço tirou as dúvidas dos servidores sobre as modificações da instituição a partir do Decreto nº 7.056. Um dos assuntos mais questionados foi o novo papel das Coordenações Regionais, Coordenações Técnicas Locais, e o papel das organizações indígenas nesse processo. Os servidores terão oportunidade de continuar esse diálogo nos seminários de esclarecimento da reestruturação, que acontecerão a partir de setembro. Espera-se que a partir dos seminários, possa criar uma agenda mínima de trabalho na qual se estabeleça um calendário com definição de ações necessárias à implementação da nova estrutura.

3 comentários:

  1. Nossas boas vindas e votos de boa sorte em sua gestão à nova Coordenadora Regional em Dourados. Os desafios que estão colocados nessa região do país, também conhecida como o"cone sul" no Estado do Mato Grosso do Sul, são desafios enormes e difíceis para os povos indígenas habitantes dessa região, sobretudo, naquilo que concerne a conflitos e disputas entre não índios versus índios, pelo direito constitucional à terra.Portanto, a nova gestora não poderá prescindir de uma ampla visão indigenista, respaldo político consistente e apoio irrestrito das instâncias superiores em Brasília. E o por falar na reestruturação do órgão, a meu ver necessária, mas que ainda carece ser lapidada, uma das coisas que está a suscitar dúvidas por conta de distorções havidas em larga escala na prática, é a seguinte: Afinal a designação correta é Coordenação Técnica Local ou Coordenação Indígena Local. Isto porque o que se tem verificado na prática é que a figura da Coordenação Técnica Local vem sendo ocupada sem nenhum critério técnico por índios, segundo critérios "politiqueiros". Nada contra os índios. Se forem técnicos tudo bem eles merecem. Tudo a favor do critério técnico e contra a politicagem nas instâncias da FUNAI. Reestruturação significa renovação para melhorar, aperfeiçoar sempre. Isso que vem acontecendo não melhora em nada o trabalho indigenista, nem o atendimento indígena, ao contrário. E se for para continuar assim, então para que e para quem servirá essa reestruturação?

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  2. A posse da Lia marca um novo momento na Funai Grande Dourados. É fato que temos uma companheira de luta, lúcida, digna, e comprometida com a vida humana. Caminhando pelas comunidades, escutamos com muita alegria a satisfação das pessoas em tê-la ainda mais como parceira!
    Com toda sua experiência e sensibilidade, com certeza Lia fará uma gestão democrática, dialogada, onde todos e todas terão espaço nessa construção.
    Força, luta e fé companheira!
    Parabéns!

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