quarta-feira, 10 de abril de 2013

Aty Guasu reúne mulheres indígenas na aldeia de Sombrerito, no MS




Foto: Amanda Cury

 A Aty Guasu Kuña, ou Grande Assembleia Feminina Indígena, reuniu cerca de 300 pessoas na aldeia de Sombrerito, no município de Sete Quedas, MS, entre os dias 3 e 7 de abril.

Lideranças, educadoras, agentes de saúde e rezadoras participaram de palestras, plenárias e debates sobre temas que envolvem, principalmente, a participação da mulher na comunidade indígena. Temas como “A luta pela terra”, “Saúde e direitos da mulher indígena” e “Políticas Públicas” foram abordados durante os cinco dias do evento. Rituais espirituais e danças marcaram a tradição indígena na assembleia.

Lideranças masculinas e da Aty Guasu Jovem também participaram do evento, que teve apoio da Funai Sede e das Coordenações Regionais de Ponta Porã e Dourados, além da presença da Força Nacional, Polícia Federal e de organizações não governamentais. “Esse evento é Kuñangue Guarani Há Kaiowa Aty Guasu Irundyha, que significa que é feito pelas mulheres, mas é aberto à participação de todos, para fortalecer nossa comunidade. Nós, mulheres, queremos o melhor para nossos filhos e nosso povo. Por isso estamos aqui, reunidas. Antes os homens não deixavam a gente falar na Aty Guasu, mas agora é diferente. Antes faltava coragem para enfrentar o marido. Agora nós, mulheres, falamos e lutamos junto com nossos maridos e assim, somos mais fortes”, explicou a indígena Alda Silva.

No dia 6, representantes da Funai participaram da plenária informando sobre programas de sustentabilidade e os trabalhos do GTs, que estão no Cone Sul do estado, para terminar os estudos de identificação e delimitação de terras indígenas. No mesmo dia, um documento foi elaborado com os resultados das discussões e reivindicações das comunidades indígenas. 

Foto: Amanda Cury

Além disso, rezadores reuniram os participantes em torno do local onde o indígena Dorival Benites foi assassinado durante a retomada da área no ano de 2005. Diante da cruz que marca a morte de Benites, os indígenas rezaram e protestaram contra as mortes de seus parentes. Também foi lembrada a morte de dois adolescentes, um atropelado no município de Dourados no mês passado e outro que foi morto em Laguna Caarapã por um produtor rural no mês de fevereiro.

Com informações da CR Ponta Porã

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