Nos próximos dias 10, 11 e 12 de junho, a Associação Terra Indígena Xingu (Atix) promove o I Festival de Cultura Xinguana, em comemoração aos 50 anos do Parque Indígena do Xingu. O objetivo do encontro, além de proporcionar a reunião das diferentes etnias que vivem no mesmo território, é fazer uma reflexão política sobre os 50 anos de existência do parque e as perspectivas de futuro.
O Festival será realizado na aldeia Ipavu, do povo Kamayurá, em parceria com as demais associações indígenas da região. O evento conta ainda com o apoio da coordenação regional da Fundação Nacional do Índio (Funai), do Instituto de Pesquisa Etno Ambiental do Xingu (Ipeax), e do Instituto Socioambiental (ISA).
Yamurikumã - Ritual feminino, aldeia Ipavú - etnia Kamayurá (julho de 2008) |
Estão previstas apresentações de jogos tradicionais, troca de artesanato entre os diferentes povos, exposição da história do Xingu e mostra de filmes de cineastas indígenas. Nas rodas de conversa, “O que foi e como está o PIX nesses 50 anos de existência” e “Como vemos o futuro do PIX nos próximos 50 anos”.
O Parque - No Parque Indígena do Xingu, vivem 16 povos indígenas, cada um com língua própria. A população total é de 4,8 mil indivíduos, de acordo com dados Ipeax/Unifesp 2011. Esses grupos estão divididos em quatro regiões culturais: Alto, Médio, Baixo e Leste Xingu.
O Alto Xingu fica na parte sul do Parque e é habitada pelos povos Aweti, Kalapálo, Kamayurá, Kuikuru, Matipu, Mehináko, Nahukwá, Naruvotu, Wauja e Yawalapiti. No Médio Xingu, estão os povos Trumai, Ikpeng, Kaiabi e Kamaiurá. O Baixo Xingu é habitado pelos Ikpeng, Kayabí e Yudjá – também conhecidos por Juruna. O Leste Xingu abriga as etnias Kisêdjê (ou Suyá) e Tapayuna.
Os povos do Alto Xingu têm modo de vida e visão de mundo semelhantes, apesar da variedade linguística. Eles mantêm uma rede de trocas especializadas, casamentos entre aldeias e compartilham alguns rituais. Cada um desses grupos, no entanto, faz questão de cultivar sua identidade étnica e celebrar suas diferenças.
Os povos do Baixo Xingu são bastante heterogêneos culturalmente. Foram integrados aos limites da área demarcada por razões de ordem administrativa, com deslocamento de suas aldeias em alguns casos. Também há casamentos frequentes entre esses grupos, promovendo maior articulação entre eles.
Kuarup - Ritual dos mortos, etnia Yawalapiti - (julho de 2008) |
Os povos do Baixo Xingu são bastante heterogêneos culturalmente. Foram integrados aos limites da área demarcada por razões de ordem administrativa, com deslocamento de suas aldeias em alguns casos. Também há casamentos frequentes entre esses grupos, promovendo maior articulação entre eles.
O Parque Indígena do Xingu (PIX) fica na região nordeste do Estado do Mato Grosso, na parte sul da Amazônia brasileira. Com 2,6 milhões de hectares, alcança os municípios de Canarana, Feliz Natal, Gaúcha do Norte, Marcelândia, Nova Ubiratã, Paranatinga, Querência, São Félix do Araguaia e São José do Xingu.
Histórico - Criado pelo Decreto nº 50.455/1961, assinado pelo presidente Jânio Quadros, com o nome de Parque Nacional do Xingu, foi regulamentado pelo Decreto nº 51.084/1961. Alguns anos depois, sofreu ajustes pelos Decretos nº 63.082/1968, e nº 68.909/1971. A demarcação de seu perímetro atual foi feita em 1978.
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