Indígenas das aldeias Jaguapiru e Bororó em Dourados/MS, receberam no último dia (19), carteira de identidade, carteira de trabalho, CPF e certidão de nascimento, durante o mutirão “Cidadania, Direito de Todos”. O mutirão é promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em parceria com o Comitê para Erradicação do Sub-Registro Civil de Nascimento, que envolve a Fundação Nacional do Índio (Funai) e diversos parceiros.
O estado de Mato Grosso do Sul concentra a segunda maior população indígena no Brasil. Dentre as várias comunidades brasileiras, os povos indígenas são os que apresentam o mais baixo índice de registro civil. No caso do Mato Grosso do Sul, cerca de 80% da população indígena não possui o registro de nascimento indígena.
Durante a ação, foram expedidos 6,7 mil certidões de nascimento, 867 Certidões de Pessoa Física (CPF), 600 Registro Geral (RG), 310 Carteiras de Trabalho e mil Registros Administrativos de Nascimento indígena (RANI), sendo o total de 9,5 mil. Os documentos que não foram retirados serão entregues nas escolas Araporã da aldeia Bororo e Tengatui Marangatu da Aldeia Jaguapiru.
As duas aldeias juntas somam cerca de 12 mil indígenas e a maioria deles possui apenas o Registro Administrativo de Nascimento Indígena (Rani) – documento emitido pela Funai, que identifica os indígenas brasileiros.
Todo processo da ação de documentação, é composto pela reunião de planejamento do mutirão com todos os parceiros que fazem parte do Comitê para Erradicação do Sub-Registro Civil de Nascimento, onde é feito o pré-cadastramento para o levantamento da demanda de emissão de documentos. Também é feita a busca que será realizada, tanto pelos cartórios quanto pela Funai, para averiguar duplicidade e por fim a entrega da documentação.
O objetivo do mutirão é erradicar o sub-registro em comunidades indígenas próximas as áreas urbanas. Com a documentação, os indígenas poderão ter acesso a documento escolar, a benefícios sociais e ao trabalho formal fora das aldeias.
A primeira ação do projeto Cidadania, Direito de Todos, foi realizada no Mato Grosso do Sul, nos municípios de Campo Grande e Ponta Porá. Os indígenas da região do Amazonas serão os próximos contemplados com a ação para erradicar o sub-registro civil.
Esse é um ótimo projeto e o CNJ conseguiu promover bem a metodologia de promover a documentação em duas etapas: primeiro pega os dados e depois entrega os documentos. Acho que o projeto já tinha tido uma primeira etapa, com os indígenas urbanos em Campo Grande, em outubro do ano passado (http://www.jusbrasil.com.br/noticias/2435728/projeto-cidadania-direito-de-todos-cadastra-mais-de-mil-indios-em-ms). A Funai apoiou o processo e esteve presente!
ResponderExcluirGostaria de saber como requerer esta ação no nosso município - Juti MS, temos uma grande demanda de crianças e familias inteiras sem documentaçao civil. aguardo contato. casadafamilia_juti@hotmail.com
ResponderExcluiratt.
Valéria de Oliveira
Prezada Valéria, em primeiro lugar, desculpe-nos a demora em responder ao seu questionamento. Houve uma falha no acompanhamento das mensagens do blog, mas o problema foi resolvido. As providências para realização da ação nas aldeias podem ser solicitadas diretamente à Funai, por meio de ofício. Esse ofício deve conter um levantamento estimado da quantidade de indígenas que precisam de documentos, nome das aldeias, nome da Terra Indígena, nome do município e estado. Com o documento em mãos, a Funai buscará as providências necessárias. Endereço para envio:
ExcluirDiretoria de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável
Fundação Nacional do Índio (Funai)
SEPS Quadra 702/902 Projeção A, Ed. Lex
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